sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Trabalho infantil reduz em 17,2% a aprovação escolar, diz pesquisa

O estudo da Fundação Telefônica Vivo mostra os efeitos do trabalho de crianças e adolescentes no desempenho escolar

Um estudo encomendado pela Fundação Telefônica Vivo aponta que o trabalho infantil prejudica o desempenho escolar das crianças, reduzindo em 17,2% a aprovação, além de elevar a taxa de evasão em 22,6%. A pesquisa, feita pela consultoria Tendências nos países do Cone Sul (Brasil Argentina, Uruguai, Paraguai e Chile), mostra que 20% dos adolescentes que trabalham não frequentam a escola.

O trabalho infantil é definido pelo Organização Internacional do Trabalho (OIT) como qualquer atividade econômica exercida por crianças com menos de 12 anos, bem como funções exercidas por jovens abaixo dos 18 anos, enquadradas como "piores formas de trabalho” - tarefas que em geral afetam a saúde mental e física do adolescente.

Segundo o estudo, a maioria das crianças e adolescentes ocupados no Brasil está nas regiões Nordeste e Sudeste. O perfil dessas crianças é geralmente de meninos, primogênitos e afrodescendentes. No Brasil e no Paraguai, as principais atividades infantis estão relacionadas à agricultura. No Chile, Argentina e Uruguai, o trabalho infantil e adolescente está ligado ao comércio e varejo.

A pesquisa também aponta que crianças e adolescentes com nível educacional semelhante ao de adultos - e na mesma atividade econômica - ganham muito menos, sendo desprovidos de benefícios trabalhistas – 68,8% dos adolescentes entre 16 e 17 anos trabalham sem carteira assinada.

De 1999 a 2011, o número de crianças e adolescentes que trabalham diminuiu 44,6%. No entanto, ainda existem no País 3,67 milhões de crianças trabalhando, muitas delas em condições degradantes. Segundo o estudo, a erradicação do trabalho infantil aumenta o nível educacional e, consequentemente, gera ampliação da renda e melhor desempenho econômico e de políticas públicas. O recorte estima ainda que implementar políticas de erradicação no Cone Sul, entre 2006 e 2026, deverá trazer benefícios totais de US$ 77,1 bilhões para a economia.

A pesquisa foi divulgada pelo Grupo Telefônica durante o Encontro Internacional sobre Trabalho Infantil, realizado nesta segunda-feira, em São Paulo.

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Fonte: Portal Terra

(Editor: Otávio Araújo)

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